Como saber se as pintas na pele são perigosas

Como saber se as pintas na pele são perigosas

Aprenda a diferenciar as marquinhas inofensivas das que podem representar algum risco para a saúde, como o câncer

Na maioria dos casos, as pintas são apenas charmosas. O problema é que, às vezes, elas revelam um câncer – ou mesmo o melanoma, um tipo menos comum, porém mais mortal de tumor de pele.

Calma: não precisa sair correndo para arrancar as suas, até mesmo porque isso não é recomendado pelos médicos. Mas convém prestar atenção às alterações dermatológicas que mais acusam essa doença.

As pintas saudáveis nascem conosco e continuam surgindo principalmente até a juventude. Seu visual é bem variado: vai do marrom ao bege, pode ter relevo e pelos… Porém, mais importante do que a estética são as mudanças ao longo do tempo. Uma pinta normal não sofre modificações.

“As potencialmente malignas são as que surgem do nada e crescem em pouco tempo, possuem mais de uma cor, tonalidades muito negras e mudam de forma e contorno”, explica a médica Alessandra Romiti, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

E, apesar de não ser sentença de um tumor, o excesso de pintas pelo corpo, mesmo que normais, já é sinal de alerta. “Os estudos mostram que ter mais do que 50 é um fator de risco para o melanoma”, aponta Alessandra.

Antes de tudo, geralmente são as pessoas mais brancas que acumulam pintas. E uma pele muito clara predispõe ao câncer. Além disso, é mais difícil flagrar marcas suspeitas quando há tantos locais para observar.

Como identificar as pintas malignas

A SBD recomenda ficar de olho nas pintas e utilizar o método ABCDE para avaliar casos suspeitos de câncer:

● A) Assimetria, já que pintas saudáveis costumam ser simétricas.
● B) Borda, para bordas irregulares, com curvas e pontas.
● C) Cor, especialmente preta e com manchas de outras tonalidades.
● D) Diâmetro, acima de 5 milímetros.
● E) Evolução, se o crescimento for repentino e rápido.

Esses quesitos não necessariamente aparecerão juntos. Por isso, para evitar mesmo a doença é preciso que um profissional avalie as pintas com certa frequência – uma vez por ano, por exemplo. “Só ele poderá identificar corretamente as que oferecem risco à saúde”, destaca Alessandra.

Sol e pele

Os nevos, nome técnico da pinta, têm principalmente origem genética. Mas a exposição excessiva ao sol é considerada o principal financiador de alterações celulares em toda a pele, que podem levar ao câncer no futuro. Tanto que pessoas de pele clara, que se queimam com mais facilidade, entram no grupo mais atingido pelos tumores da derme.

Por isso, sempre vale ficar atento a outros sinais que não são pintas de verdade: manchas mais claras, chamadas de melanoses, e as sardas. “Eles significam que a derme pode estar recebendo mais sol do que deveria”, aponta Alessandra.

Já as marcas vermelhas são mais inofensivas. Ele aparecem em virtude de vasinhos sanguíneos, e não estão relacionadas a tumores.

Último recado antes de mudarmos de assunto: gente com a pele mais escura também desenvolve câncer por causa dos raios ultravioleta, embora isso seja mesmo menos corriqueiro. Não se descuide!

O lugar do corpo faz diferença?

Em 2015, um estudo da Universidade King’s College de Londres analisou cerca de 3 500 irmãs gêmeas e concluiu que ter mais de 11 pintas no braço direito indicava uma possibilidade maior de desenvolver um melanoma. Por quê?

A região seria a melhor para estimar o total de pintas no corpo: quem tem uma quantidade superior a essa por ali estaria propenso a manifestar várias outras pelo resto da derme.

“Até faz sentido, mas é um dado estatístico, que no máximo contribui para predizer o risco de câncer, assim como outros fatores”, destaca a Alessandra. “Não quer dizer que alguém com 11 pintas no braço direito terá câncer, assim como possuir menos do que isso não livra a pessoa desta possibilidade”, pondera Alessandra.

O recado é olhar com regularidade para a própria pele e não abrir mão das consultas com dermatologistas – quando for, faça questão de o profissional olhar seu corpo todo.

Fonte: saude.abril.com.br

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